Relato de viagem a João Pessoa, na Paraíba

Praia do Coqueirinho - Litoral Sul de João Pessoa.
Recentemente, meus sogros estiveram em João Pessoa, na Paraíba. Pedi então, para que escrevessem algumas dicas de passeios na cidade para o Viajar hei. Seguem as dicas do casal Freitas...

Chegamos sábado, e tratamos logo de dar início aos trabalhos. Afinal, tínhamos que otimizar a relação lazer/R$. Após o almoço, contratamos um passeio, que dividirei em duas etapas, depois de um preâmbulo sobre a cidade. A recepção do Hotel Littoral Tambaú Flat, onde nos hospedamos, se encarregou de providenciar condutores para isso. Bom serviço, e os preços não foram abusivos.

A cidade de João Pessoa.



A parte onde fiquei hospedado, bem na divisa entre Cabo Branco e Tambaú , é moderna e de alto poder aquisitivo. Ruas largas, prédios modernos, muitos restaurantes e bares, além dos quiosques na praia. Muita música ao vivo, de todos os estilos. 

Em frente ao famoso Tropical Tambaú – aquele redondo – há uma espécie de “praça da alimentação” aberta onde predominam as comidas típicas do lugar. No sábado à noite a orla fica lotada, parece que todos se reúnem lá, turistas e locais. Grande muvuca. E há três “centrais” de vendas de artesanato local.

Algumas das fotos apresentadas foram tiradas do topo do hotel em que fiquei, onde fica a piscina. As demais, obviamente, na rua.

Na foto onde aparece o lema “EU AMO JAMPA” – no lugar do amo está um coração, mas não sei como colocar isso no texto, afinal ninguém é perfeito – há uma ponta, um “dedo” apontando para o mar. Para a África, melhor dizendo. É o Cabo Branco, com a Ponta Seixas, à qual me referirei no momento oportuno.

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Não poderia deixar de mencionar que a cidade tem uma reserva de mata atlântica dentro dela, e que é internacionalmente considerada uma das cidades mais arborizadas do mundo.


O hotel se situa na avenida que é a “divisa” entre Tambaú e Cabo Branco, e que termina na Orla. É um ponto bem central, e com ponto de taxi na porta. Está a duzentos metros da praia. Tem farmácias, mercado e padarias próximas. E um restaurante também.

Sendo um “flat”, tem aposentos bem grandes, sendo quarto, sala, cozinha e banheiro. Calculei em sessenta metros quadrados, aproximadamente. Um latifúndio, quando comparado com os hotéis comuns que conheço. Muito confortável, nada claustrofóbico como muitos hotéis por aí.


O edifício é retangular, e é “ôco” no meio, pois é cercado por corredores. Há uma cascata de uma planta chamada jiboia – nunca vi daquele comprimento, dez andares! - circundando todos os corredores de cima a baixo e dá um toque muito bonito ao hall interno. 



O hotel tem restaurante, terceirizado, onde se pode comer bem, mas sem sofisticação e refinamentos exagerados, e onde é servido o café da manhã.

No último andar ficam a piscina e a sauna, e de lá se descortinam belas vistas da cidade, particularmente das praias e do Cabo Branco.

Voltemos ao primeiro dia, e seus passeios.

Ponta Seixas:

Fica no Cabo Branco, e é o ponto extremo oriental das Américas (não considerando Fernando de Noronha, território insular). Tinha essa curiosidade de conhecer um de meus problemas de prova Geografia do curso primário – vixe, como sou velho!


No local fica um farol com formato estilizado de sisal e um parquinho, chamado Bosque dos Sonhos. Segundo meu consultor para assuntos marítimos, o farol tem mais função histórica e afetiva, os navegantes profissionais usam orientação por GPS. Novos tempos.


Próximo fica um conjunto chamado Estação Cabo Branco de Cultura e Arte, projeto de Niemeyer. Interessante, mas não era nosso objetivo no momento e passamos ao largo. Queria o Bolero. Bolero de Ravel na Praia do Jacaré.

Parênteses: a praia do Jacaré fica no rio Paraíba, em Cabedelo, próxima a João Pessoa. Fecha parênteses.

Satisfeita minha curiosidade escolar, fomos à praia do Jacaré – e não há praia nem jacaré. O nome se originou quando a comunicação com o resto do país se dava pelo CAN – Correio Aéreo Nacional. Tempos heróicos. Os hidroaviões Catalina pousavam no rio Paraíba – não confundir com o homônimo do Sul, que atravessa São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Esses aviões tinham a figura de um jacaré pintada na fuselagem, daí o nome. Os pescadores gritavam: “sai do rio que lá vem o jacaré!”. “Se non é vero é bene trovato”...

Embarcamos num catamarã lotado e passeamos pelo rio, esperando o show do Jurandy do Sax. E valeu a pena. Por do sol fantástico, e com Bolero de Ravel de fundo musical! E ainda teve show de uma moça chamada Belle Soares, que toca tanto violino clássico quanto forró, quadrilha, Ave Maria, etc. E ainda canta. E bem!





No Catamarã rolou de Bolero de Ravel a forró e quadrilha, com direito à presença de Lampião e Maria Bonita, devidamente caracterizados.

Uma curiosidade: Jurandy está no Guiness, mais de 5600 apresentações. Acho que ele deve sonhar todo dia com o Bolero. E os barqueiros também deveriam estar no livro: já ouviram o Bolero milhares de vezes. Talvez já conheçam cada semibreve, colcheia, semifusa...

Foram tantas emoções - aliás, o Jurandy tocou isso lá - que ficamos cansados. Jantamos e fomos bater perna pela orla, para descansar (?) um pouco. E comer o pior bolinho de bacalhau da minha vida. Mas o peixe valeu e a Bohemia também, estavam ótimos!

Segundo dia:

Relaxamos na praia de Cabo Branco. Mar relativamente calmo, água quentinha! Ah, o mar do Nordeste! Não gela o pé. Quem tem que ser gelada é a cerveja! Ou a água de coco.

O conjunto de praias de João Pessoa tem cerca de 24 quilômetros. As principais são Cabo Branco, Tambaú e Manaíra, que formam uma orla contínua e compriiiida como um domingo com chuva!

A areia é quase grossa, mas diluída na água há uma areia fininha, quase um pó, o que dá ao mar um verde claro com um tom de “areia”. Mas a água é limpa, segundo me informaram. E a areia diluída na água se deve ao fato de o caimento do terreno ser suave, o mar profundo fica longe, lá para os recifes, mas não dá para abusar. Melhor ficar pulando ondas, é um bom exercício. Depois as pernas doem um pouco, mas passa.

 Havia muitos sargaços. Barracas e cadeiras são cobradas, logicamente. Mas a “breja” é bem gelada, e o coco também.

Depois do almoço, um descanso, finalmente, e então fomos flanar pela orla, observando as particularidades locais.

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Terceiro dia - Litoral sul:

Praia de Gramamme.  

Fomos conhecer as praias do sul. A primeira visitada foi Gramamme – nome estranho, mas é muito bonita. Fica na boca do rio de mesmo nome. O rio e o mar formam uma lagoa grande, uma imensa “banheira”, rasa,  limitada por uma  restinga,  onde a população toda vai se banhar, segundo o guia do passeio. O único lugar desaconselhável é a saída do rio, onde se forma forte corrente, de acordo com as marés. O ponto fraco é a infra-estrutura, que achei ruim. E, fora da lagoa, o mar é bravo. Banho lá é desaconselhável. Eu estou fora. À direita começam as belas falésias.




Praia do Amor.  

Não sei por que o guia cismou de nos levar à Praia do Amor. Uma pedreira só, sem possibilidades de se entrar n’água. Aliás, nem na areia, era uma pedreira só, mesmo. Essa eu passaria bem sem ter ido. E o guia nem estava ganhando por hora! O pessoal cisma de tirar fotos debaixo de um arco formado pelas pedras. Como é baixo, fica-se numa posição no mínimo suspeita, e desconfortável. Envolve Napoleão e coisa e tal. Talvez venha daí o nome de Praia do Amor... mas eu tô fora!

Praia de Tambaba.  

 A segunda praia foi a de Tambaba. Aí a coisa já foi bem melhor. Ponto para o guia. O local é bonito, e, apesar de haver muitas pedras, elas formam agradáveis piscinas, onde os “medrosos” podem ficar em segurança, usufruindo do mar, do papo e da cerveja.



Os corajosos podem se arriscar a virar picadinho, estejam à vontade, mas não reclamem depois.


Já antes de se chegar à mesma há um mirante – que proporciona bela visão da costa do Conde, onde a praia se situa. Vêem-se as belas falésias coloridas, muito bonitas.


Essa praia tem uma particularidade: nela se encontra um segmento que é a praia dos nudistas. A área é controlada e regulamentada, com acesso por uma entrada vigiada. Lá os naturistas podem ficar à vontade em trajes de Adão, como se dizia antigamente. Hoje o Adão foi demitido, não se fala mais assim. E homem não entra sozinho. Lógico.

Nós preferimos ficar na praia com roupas mesmo, exceto minha esposa, que não pode ver uma banheirinha que vai logo mergulhando... até o joelho. Colocou-se em trajes de banho e foi desfrutar da água quentinha. Depois caiu uma chuvazinha leve e passageira. Não atrapalhou.

Nessa praia há um coqueiro no topo das pedras. Não sei como ele sobreviveu lá. Essa praia é que devia se chamar de Coqueirinho! Fiquei imaginando como ele foi parar lá em cima, pois deve ter sido difícil alguém subir lá para plantá-lo. Provavelmente alguma onda forte o jogou lá.


Praia do Coqueirinho.

Aí é que o negócio ficou bom mesmo. A praia é muito bonita, com belo visual a partir de um mirante. Desse mirante também se vêem as falésias e o belo mar.




Na praia há boa infra-estrutura, com restaurantes (quiosques grandes), banheiro e deliciosa comida. Carne de sol com macaxeira e  gostosa gelada, eita coisa boa!

A praia tem dois segmentos, divididos por pedras. Num deles, calmo, nós ficamos por um bom tempo, até o fim do passeio, curtindo banho, papo e visual. À noite, para não variar, orla de Tambaú e suas curiosidades.


Quarto dia.

Dedicamos esse dia ao inescapável city tour. Contratamos com a Luck Receptivo, que nos levou pela cidade, começando por onde? Ponta Seixas. Ficamos na sombra aguardando e tomando uma água de coco, que ninguém é de ferro e o dia estava “uma brasa”. Depois o ônibus fez um “arrudeio” e fomos direto para o centro da cidade, que é igual a qualquer outro. Mas vimos alguns locais interessantes, prédios históricos, igrejas. Valeu.



Um desses prédios históricos era o Hotel Globo. Foi o primeiro hotel luxuoso da cidade, e tinha como seus itens diferenciais banheiro privativo e telefone de manivela. Um luxo só...

Duas igrejas merecem destaque: a do Carmo e a de Santo Antônio, anexa ao antigo convento Franciscano, hoje museu, onde paramos para uma visita. Durante a mesma minhas pilhas da máquina cismaram de descarregar. Uma lástima. Só peguei as fotos externas.



Segundo o guia, João Pessoa foi fundada diferentemente das demais cidades do litoral. Como os portugueses não conseguiram chegar à praia por causa dos recifes, eles contornaram e entraram pela boca do rio Paraíba, navegaram  por ele e foram fundar a cidade entre o rio Sanhauá e uma lagoa, hoje Parque Sólon de Lucena. Só no final do século dezoito ela começou a caminhar para a praia, e só no século vinte chegou lá. Viagem demorada, acho que foram a pé. Vou conferir no “titio” Google.
Depois disso, almoço, mais do que na hora! E retorno à base.

Quinto dia.

Amanheceu com um formidável toró, vento forte, chovendo na horizontal. De castigo no hotel, descanso para as pernas. Até almoçamos no restaurante local. Pé na rua só à tarde. Diazinho chato!
À noite, com tempo melhor, fomos para nosso idefectível giro pela orla, já em clima de despedida. No dia seguinte, logo cedo, rumo ao aeroporto.

Ricardo Freitas.
Fotos: Ricardo Freitas e Maria da Penha. Edição das fotos: Patricia Tayão.

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